domingo, 31 de janeiro de 2010

O Regicídio

Uma interessante abordagem do Regicídio ocorrido a 1 de Fevereiro de 1908.






Documentação fotográfica estará temporariamente disponível no espaço da BE/CRE

O Regicídio - 1 de Fevereiro de 1908

Era assim divulgado, pelo Petit Journal Ilustré, o acontecimento que marcou a Nação Portuguesa no dia 1 de Fevereiro de 1908



No dia 1 de Fevereiro de 1908, o Rei D.Carlos I, a Rainha D. Amélia e o Príncipe Real Luís Filipe, regressavam a Lisboa após passarem a temporada de caça em Vila Viçosa.
D. Carlos e a família real apanharam o comboio na estação de Vila Viçosa, na manhã do dia 1 de Fevereiro. O Rei e a sua comitiva chegaram ao Barreiro ao final da tarde, onde embarcaram no vapor D. Luís com destino ao Terreiro do Paço, em Lisboa.
Desembarcaram, na Estação Fluvial Sul e Sueste, por volta das 17 horas da tarde. Apesar do clima de grande tensão que se vivia na época, o rei resolveu prosseguir em carruagem aberta, com uma reduzida escolta, para demonstrar tranquilidade. Enquanto saudavam a multidão presente na Praça, a carruagem foi atacada por disparos. Um tiro de carabina atravessou o pescoço do Rei, acabando de imediato com a sua vida. Seguiram-se vários disparos, tendo o Príncipe Real, D. Luís Filipe, conseguido alvejar um dos atacantes, sendo, por sua vez, atingido na face por um outro disparo. A rainha, de pé, brandia o ramo de flores que lhe fora oferecido, agredindo um dos atacantes, que subira o estribo da carruagem. O infante D. Manuel acabou por ser atingido num braço.
Dois dos regicidas foram mortos no local. Outros fugiram.
A carruagem entrou no Arsenal da Marinha para procurar abrigo, mas aí verificou-se o óbito do Rei e o do Herdeiro do Trono. O infante D. Manuel sobreviveu.
Costa e Buiça (os dois atacantes mortos), atingiam o cerne da monarquia portuguesa, deixando o trono nas mãos de um jovem sem verdadeira preparação para o governo, D. Manuel, que sem capacidade nem margem de manobra para gerir a explosiva situação política acabaria por assistir impotente à queda da monarquia e à implantação da República a 5 de Outubro de 1910.

31 de Janeiro de 1891 - 31 de Janeiro de 2010

Uma "reconstituição" do 31 de Janeiro de 1891



A comemoração a 31 de Janeiro de 2010

sábado, 30 de janeiro de 2010

O 31 de Janeiro de 1891 (em imagens)

Imagens que ilustram a revolta de 31 de Janeiro de 1891, na cidade do Porto:

1- Quartel de Infantaria 18 e Campo da Regeneração

2- Proclamação da República na Câmara Municipal do Porto


3-Bandeira do Centro Democrático Federal -hasteada na Câmara Municipal



4- Encontro dos revoltosos com as tropas fiéis à Monarquia


5- Bombardeamento da Câmara Municipal do Porto pela Guarda Municipal


6- Revoltosos presos a bordo da embarcação Índia

7- Conselho de guerra a bordo do Índia

As imagens apresentadas fazem parte integrante da obra "A Revolução Portugueza: O 31 de Janeiro (Porto 1891)" de Jorge Abreu.



A BE/CRE apresenta, ao longo da presente semana, uma exposição intitulada "31 de Janeiro de 1891: os primeiros passos para a implantação da República" onde serão destacadas informações e imagens pertinentes sobre a data simbólica que se assinala.

31 de Janeiro

As comemorações oficiais do Centenário da 1ª República Portuguesa têm início hoje, dia 31 de Janeiro de 2010, na cidade do Porto.



Mas porquê o dia 31 de Janeiro e porquê na cidade do Porto?

31 de Janeiro assinala a data do primeiro movimento revolucionário que teve por objectivo a implantação de um regime republicano em Portugal. Esta revolta ocorreu na cidade do Porto no ano de 1891.

A Revolta de 31 de Janeiro de 1891
Causas imediatas
No dia 31 de Janeiro de 1891 ocorreu, na cidade do Porto, um levantamento civil e militar que se opunha com furor à cedência do Governo Monárquico perante o Ultimato Britânico que obrigava ao abandono do Projecto do Mapa Cor-de-Rosa (este projecto ao pretender ligar, por terra, as nossas colónias de Angola e Moçambique, colidia com os interesses britânicos que pretendiam unir as suas possessões do Cairo ao Cabo). Para muitos portugueses este ultimato foi sentido como uma desgraça nacional, uma humilhação tremenda que, alguns idealistas Portuenses, se propunham vingar.

A Revolta
O movimento revoltoso era composto por intelectuais civis e corpos militares, contando com forte adesão e entusiasmo da população do Porto.
A revolta tem início na madrugada do dia 31 de Janeiro, quando o Batalhão de Caçadores nº9, liderado por sargentos, se dirigem para o Campo de Santo Ovídio (actual Praça da República) onde se encontra o Regimento de Infantaria 18. Ainda antes de chegarem, juntam-se ao grupo, o alferes Malheiro, o Regimento de Infantaria 10 e uma companhia da Guarda Fiscal.
Os revoltosos descem até à Praça de D. Pedro, (actualmente Praça da Liberdade), onde, em frente ao antigo edifício da Câmara Municipal do Porto, ouvem Alves da Veiga proclamar a República e hastear uma bandeira vermelha e verde, perante uma compacta multidão em euforia.





"Pouco passava das seis horas da manhã. As acclamações despedidas pelos populares continuavam vibrantes, enthusiasticas. De repente, abriram-se as janellas dos paços do concelho e alguns individuos da classe civil, entre os quaes se destacava a figura herculea de Santos Cardoso, appareceram a dar vivas á Republica, ao exercito e aos regimentos sublevados. Um popular, armado de espingarda, foi buscar a bandeira do Centro Democratico Federal 15 de Novembro; Santos Cardoso agitou-a freneticamente sobre a multidão e depois fel-a arvorar no mastro que sobrepujava o frontão do edificio. A guarda de honra nos paços do concelho era feita por uma força de infantaria 10 commandada pelo 1.º sargento Vergueiro.
Decorrido algum tempo, o dr. Alves da Veiga assomou a uma das janellas da casa da Camara e proferiu um discurso, entrecortado pelos applausos da multidão."
in Abreu, Jorge. A Revolução Portugueza: O 31 de Janeiro (Porto 1891). Casa Alfredo David. Lisboa, 1912.


Com fanfarra, foguetes e vivas à República, a multidão decide tomar a estação de Correios e Telégrafos. No entanto, são bruscamente detidos por uma forte carga de artilharia e fuzilaria da Guarda Municipal que vitima militares revoltosos e simpatizantes civis (terão sido mortos cerca de 12 revoltosos e feridas 40 pessoas).

O fim de um sonho
A reacção do Governo Monárquico é implacável: os revoltosos são julgados por Conselhos de Guerra realizados a bordo de navios de guerra, ao largo de Leixões. Para além de civis, foram julgados 505 militares. Mais de duzentas pessoas seriam condenadas a penas entre 18 meses e 15 anos de prisão.




A revolta do 31 de Janeiro marca significativamente a história do partido republicano em Portugal uma vez que foi a sua acção mais radical antes do 5 de Outubro de 1910.

I Centenário da 1ª República Portuguesa

No âmbito das comemorações do I Centenário da República Portuguesa, a BE/CRE relança o seu blogue divulgando o cartaz elaborado para marcar o início das referidas comemorações.

Microsoft Word - Cartaz Republica

Neste espaço serão apresentados breves apontamentos da história da 1ª República Portuguesa e curiosidades sobre a mesma temática.